quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O Rótulo

Os consumidores parecem reconhecer a importancia da informação nutricional presente nos rótulos, contudo tem dificuldade em interpretá-la. A terminologia usada é complexa, existe ainda a dificuldade em transpor a referência das 100g para o que é ingerido. Acabando por não basear as suas escolhas neste tipo de informação. Assim, pedem rótulos mais simples, atractivos, consistentes e uniformizados dentro da mesma categoria de produtos. Sugerem o uso de símbolos; de informação hierarquizada, de forma a perceberem o que é mais importante e a referência a sites, onde poderão esclarecer eventuais dúvidas. Estas foram algumas das conclusões a que chegou um estudo realizado pela European Food Information Council (EUFIC FORUM) em algumas cidades europeias. Também em Portugal se parece ignorar informação contida nos rótulos, segundo a nutricionista Bela Franchini «o consumidor português não está ainda interessado em saber os ingredientes que ingere, não consultando a tabela do valor nutritivo do produto».


O desafio coloca-se agora às empresas, no sentido de tornarem esta pequena ferramenta de comunicação, num instrumento claro, interactivo, fácil de entender. O esforço deverá também passar por profissionais de saúde e educadores, pois só desta forma o rótulo será capaz de contribuir efectivamente para escolhas alimentares mais saudáveis.

O exemplo da Kellogg’s…

A kellogg’s adoptou no passado mês de Junho, uma medida a nível mundial, que implica o aparecimento de novas informações sobre os nutrientes na parte da frente das embalagens. O objectivo é permitir que os consumidores tenham acesso a informação simples, visível e objectiva sobre: calorias, gordura total, gordura saturada, açucares e sal.

domingo, 28 de outubro de 2007

5 a day

O programa “Five a day”é um programa de educação alimentar, iniciado em 1991 nos EUA a partir de uma aliança entre instituições de saúde e de agricultura. Visa promover o consumo diário de pelo menos cinco porções de frutas e vegetais, procurando assim contribuir para o desenvolvimento de uma alimentação saudável e para a prevenção de cancro e outras doenças crónicas. Tornou-se um modelo para outros países, estando hoje presente em mais de 30.

A propósito do Dia Mundial da Alimentação, o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), lançou o programa “5 ao dia”. A iniciativa tem como alvo crianças dos 7 aos 12 anos e passa pela realização de visitas ao MARL. Temas como a Roda dos Alimentos são abordados de uma forma recreativa, com jogos de palavras e sugestões de receitas que as crianças levam para casa, com o objectivo de, em conjunto com as suas famílias, aplicarem o que aprenderam.

Estas campanhas revestem-se de especial importância se pensarmos que:

- O baixo consumo de frutas e vegetais foi identificado pela OMS como um dos 10 factores de rico para a mortalidade global;

- Cerca de 2,7 milhões de vidas poderiam ser anualmente salvas com um consumo adequado destes alimentos;

- A OMS estima que 31% das doenças coronárias, 11% dos AVC e 19% dos cancros gastrointestinais em todo o mundo podem estar relacionados com ingestões reduzidas de vegetais e fruta.

A visitar:

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Como se deve posicionar o nutricionista que comunica sobre ciência?

O nutricionista constitui um elo importante entre a ciência e o público em geral, ao permitir que o conhecimento científico chegue de forma simples e acessível a todos. Desta forma fornece informações que possibilitam escolhas conscientes e fundamentadas. O discurso do nutricionista deve ser imparcial, neutro e ter uma base científica. Conseguirá o nutricionista manter sempre esta posição, numa socidade em que as pressões sociais, económicas e políticas são uma constante?
A associação de um nutricionista à promoção de um produto de uma determinada marca, pode ser uma atitude questionável, no sentido que a sua presença irá influenciar a escolha do consumidor. Não deveria limitar-se a enumerar as vantagens do alimento per si, sem se associar a qualquer tipo de marca?
Recentemente a APN viu-se envolvida numa polémica ao participar na campanha publicitária das águas formas luso, águas cujo o consumo alegava a perda de peso. Segundo a nutricionista responsável pelas águas, “a Formas Luso ajuda a controlar o peso mesmo sem a alteração dos hábitos normais”, sendo que “a perda de peso será mais significativa se a ingestão desta água funcional for acompanhada de um regime alimentar equilibrado e de exercício físico”, não serão estas informações tendenciosas, visando a venda do produto? Um assunto polémico que merece provavelmente muita discussão.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Dia Mundial da Alimentação

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Alimentação, celebração que teve início em 1981 e que actualmente já é reconhecida em mais de 150 países. Tem como objectivo alertar e consciencializar a população para os problemas da fome e da desnutrição. No dia de hoje, o secretário geral da ONU, em comunicado, recordou que a alimentação é "um direito humano fundamental" e afirmou ser "inaceitável" que haja 854 milhões de pessoas que sofram de fome crónica num "mundo de abundância". Relembrou ainda que "o mundo tem os recursos, o conhecimento e os instrumentos necessários para fazer do direito à alimentação uma realidade para todos".
Em Portugal, o cenário não é o mais animador, segundo o Banco Alimentar o número de pessoas a pedir ajuda é superior em relação a anos anteriores.
Esperemos que aproveitem a data não só para reflectir sobre a vossa alimentação, bem como a situação alimentar no mundo.

Corrente Estruturalista vs Corrente Funcionalista

Já vos ocorreu pensar que o nosso consumo alimentar é influenciado por um variado conjunto de factores?
Para alguns, será o facto de vivermos em sociedade e todos os aspectos culturais e sociais a que estamos expostos que moldam hábitos e preferências alimentares - Corrente Estruturalista. Para outros serão os benefícios e as características nutricionais dos alimentos que motivam certos comportamentos alimentares – Corrente Funcionalista. Não serão estas correntes demasiado redutoras? Recentemente verificou-se uma aproximação entre as dimensões biológicas sociais. Sendo da interacção dinâmica destas que resulta o nosso comportamento alimentar.
Convidamo-vos a olhar com um pouco mais de atenção para toda a informação sobre alimentação que nos rodeia e a tentar identificar a presença destas correntes.


Por exemplo, na publicidade a que se dá destaque apenas aos benefícios nutricionais (adição de fibra, presença de
esteróis vegetais, ómega 3, antioxidantes…) é utilizada a corrente funcionalista para promover os produtos.


A corrente estruturalista encontra-se na publicidade de refrigerantes, determinados iogurtes, chocolates e outros alimentos cujo público alvo são os mais jovens. Associa-se o consumo destes alimentos ao prazer de viver, à diversão. Os sites e anúncios destes, recorrem à cor, música, movimento e aos interesses destas faixas etárias (festas, viagens, concertos, desportos radicais). O mesmo acontece na publicidade a bebidas alcoólicas em que se realça o lado belo e glamorouso da vida.



Existem ainda publicidades que associam a beleza, jovialidade, vitalidade à alimentação saudável.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Porque será que se comunica tanto sobre alimentação?

A alimentação é sem dúvida um tema em voga. Vivemos rodeados de informação sobre alimentação, esta chega até nós quase massivamente das mais diversas formas: revistas, jornais, televisão, campanhas publicitárias, Internet, sendo um tema sobre o qual quase todos discutimos e opinamos.
E porque será que se comunica tanto sobre alimentação? Primeiramente terá sido uma questão de sobrevivência que levou o homem a sentir necessidade de divulgar informação sobre os alimentos. Actualmente, talvez seja consequência de todo o marketing e publicidade em torno desta área e da crescente preocupação com a saúde, bem-estar e questões estéticas.
Comunicar permite tornar mais simples e acessível o tema cada vez mais complexo que é a alimentação. Assim, a comunicação torna-se um instrumento útil para profissionais de saúde e indústria alimentar atingirem os seus objectivos, melhorar, mudar práticas alimentares e credibilizar, promover os seus produtos, respectivamente.
Questionamo-nos se toda a informação a que estamos expostos é benéfica? Credível? Não poderá ser geradora de confusão, ideias erradas?
Aguardamos os vossos comentários!